Na semana passada, enquanto escrevia um post para o blog, me lembrei de um texto meu que foi publicado no blog da Editora Aped lá em 2012, quando tinha acabado de entrar na graduação. Foi na época em que o pessoal da editora estava procurando colunistas para o seu site (falei sobre isso aqui) e resolvi tentar a sorte. Com o fechamento (?) da editora, seu site saiu do ar e o texto que escrevi, também. Como é um texto que pode ser útil para outras pessoas e também vai me ajudar com algumas reflexões que estou fazendo neste mês, resolvi publicar sua versão sem os cortes/revisões que ele teve que passar quando foi publicado pela primeira vez – meu estilo de escrita mudou bastante de 2012 para cá, mas ainda acho que é um texto que vale a pena ser lido. Então, vamos lá.

Mesmo depois de um bom tempo circulando pelas bocas, a meia voz no silêncio de bibliotecas e nos murmúrios das livrarias, o chick-lit ganhou espaço tanto na prateleira quanto no coração dos leitores – ou seriam leitoras? – mas continua sofrendo algum preconceito. Afinal, o chick-lit é o estilo de literatura chamado, tristemente, de Literatura de Mulherzinha. Eu me pergunto o por que de ainda o tratarem como um estilo secundário quando já provou fazer sucesso no público e nas vendas, podendo ser encontrados diversos best-sellers nesse gênero. Uma história suave e agradável de se ler é algo ruim? Bem, eu aposto que não. E na minha opinião, tudo fica mais agradável com uma pitada daquele toque feminino de ser – o que aproxima, e muito, o chick-lit da literatura de banca, que faz tanto sucesso quanto.
Chega a ser difícil distanciar um gênero do outro, pois ambos possuem traços e públicos semelhantes, mas vale lembrar que a literatura de banca não possui o tom de confidência, ao ler um romance chick-lit tem-se a impressão de estar sentada em seu quarto, durante uma festa de pijamas e conversando com suas melhores amigas.
Sua escrita é voltada para o público feminino, e em boa parte escrito também por mulheres, com características próprias como a leveza de suas palavras, a espontaneidade de suas histórias e o humor aparecendo na maioria de suas narrativas. Mas isso não significa que toda trama se desenrole sempre no mesmo caminho: compras – casamento – decepção amorosa – compras – casamento... Ao contrário, cada vez mais podemos encontrar diversidade nos temas, desde mistério, fantasia, amor e, até policial e com temática voltada à maternidade. Como você pode perceber, tem livro para todos os gostos.
Mas isso não quer dizer que garotos também não os possam ler. Muito pelo contrário, conheço rapazes que se divertem lendo as histórias de garotas que assim como suas namoradas, passam por situações cômicas e de vergonha alheia ou que aprendem na marra a serem fortes ou que enfrentem dragões e não deixem de lado o salto alto. Não há razão para preconceito, todos podem se distrair.
É claro que no exterior esse gênero é mais maduro e desenvolvido, e principalmente por isso podemos encontrar várias subdivisões nos temas (os meus preferidos no momento são Working Girl Lit, Hen Lit, Bigger Girl Lit, Fantasy Lit, Mystery Lit e Teen Chick Lit, mas existem vários outros subgêneros que são tão bons quanto estes que listei), e um exemplo disso são as escritoras mais do que conhecidas Meg Cabot e Marian Keyes e as séries A Mediadora, Diários de Princesa e Gossip Girl, mais do que sucesso de vendas e crítica ao redor do mundo. Aparentemente, os editores já perceberam que é um mercado muito rentável e estão investindo pesado nesse seguimento.
Já aqui no Brasil, mesmo que a pequenos passos, o chick-lit vem ganhando espaço e tomando contornos definidos de gênero literário, com escrita em processo de amadurecimento e conseguindo manter sua linha divertida, livros como Você Tem Meia Hora de Camila Nascimento e Baby, Você Me Ama de Tathy Furtado são belos e divertidos exemplos de que as escritoras brasileiras são cheias de talento e estão a todo vapor. Com o mercado em expansão, essas e outras autoras tem a chance de divulgar seu trabalho e difundir o gosto por esse tipo de história. A carioca Camila Nascimento mostra grande habilidade ao escrever seu livro, repleto das características mais marcantes do gênero Chick-Lit e a paulista Tathy Furtado traz ingenuidade, leveza e humor em Baby, Você Me Ama. E assim como elas, muitas outras escritoras criam maravilhosas histórias sobre mulheres que vão atrás do que sonham, que lutam com unhas e dentes para alcançar seus objetivos – sempre se mantendo no salto alto, é claro –, e estão ávidas por serem descobertas.
Imagino que você deve estar se perguntando, essa garota só lê chick-lit? Não, é claro que não, leio muitos outros estilos – e contarei mais sobre eles em uma próxima vez – mas achei interessante falar sobre o chick-lit, que ainda causa alguma confusão entre os leitores de todas as esferas – e cá entre nós, gera algum furor entre blogueiros também.
Até breve! ❤
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